Resumo
A visão e modo negligente da sociedade com relação às sequelas resultantes da tortura durante a ditadura militar engrandecem as margens do sofrimento causado pelo processo ditatorial brasileiro, de forma a transformar os torturados em não apenas vítimas da tortura psíquica e física a eles infligida nos tempos sombrios do autoritarismo, mas também em vítimas do silenciamento, abandono de apoio interpessoal e rejeição de grupos sociais. Com isso, será analisado não só o tabu e o processo do decaimento íntimo ao suicídio, decorrente de outros traços de cicatrizes psicológicas, imediatas ou de aparecimento tardio, como também o envenenamento a imagem das vítimas discorrido enquanto diversas maneiras de preconceito conspiratório. Frei Tito de Alencar Lima, será analisado e exemplificado devido a sua alta influência na luta e resistência pelo cumprimento dos direitos humanos e libertação da identidade do país, tendo o como princípio de utilização desmitificar e desbanalizar a morte de si, com o estudo de sua alteração comportamental pós tortura e exílio, e o enfrentamento de seu terror pessoal que o levaram a cometer suicídio. Para melhor compreender as questões que levaram Tito de Alencar a buscar a libertação de seu Eu irreversivelmente perdido, será utilizada como base a perspectiva psicanalítica de três obras completas de Sigmund Freud (2010 a, b, c) aliada à filosofia fatalista de Friedrich Nietzsche (2014), de forma a destrinchar temor o social sobre o pecado imperdoável do auto assassinato.
Palavras chave: Sequelas; tortura; psíquica; vítimas; suicídio; sociais
GALERIA DE IMAGENS