O Artigo "A MORTE ANTES DO FIM DA VIDA E A REALIDADE DE UM TORTURADO: REFLEXOS PSICOPATOLÓGICOS DA TORTURA MILITAR SOB O OLHAR FREUDIANO E NIETZSCHIANO NO CASO FREI TITO DE ALENCAR LIMA" fora desenvolvido pelos estudantes: 
Bruno Pinheiro Prado
Eduardo Ferreira Da Silva Aivy
Gustavo Ribeiro Gomes
Henrique Dos Santos De Jesus
Isabel Ferreira Da Silva
Kauã Bugalho De Lima
Maria Heloisa Carvalho Queiroz
Renan Soares De Souza Costa
Vitoria Leticia Garcia Alves
RESUMO
A instauração do AI-5 amplificou o cenário atemorizador pregado pela ditadura militar desde o golpe de estado de 1964, regulariza-se a utilização de intervenção física e psicológica como uma forma de instaurar o controle militar sobre a população brasileira, de maneira extremamente agressiva e destruidora. Nesse cenário de tortura velada, surge a figura de um Frei. Tito de Alencar Lima arrisca-se abruptamente submetendo-se à intensificação da tortura e a quase perca de sua vida, para propagar um documento de exposição em relação à barbárie vivida no país. Porém mesmo libertas da situação de cárcere e martírio, as vítimas da tortura militar, sofrem intensamente com as sequelas da violentação, e também com o silenciamento a respeito da vivência de um torturado. Utilizando de Frei Tito de Alencar Lima, como personagem principal de demonstração da ocorrência de melancolia patológica, por sua vez analisada e discutida sob a perspectiva de Sigmund Freud, compreenderemos alguns desses processos patológicos, de aparecimento as vezes tardio ou invisibilizado, além de abordar também outro aspecto sinalizador da debilitação do funcionamento psíquico do Frei, suas assombrosas alucinações, as quais, por sua vez, desenvolvidas no âmago de Tito culminaram naquilo de Nietzsche chama de morte de si, processo de morte do ser psicológico antes do efetivo findar da vida física. Compreendendo a influência da tortura no desenvolvimento de patologias psicológicas em suas vítimas, abriremos espaço para reflexão a respeito, não apenas da complexidade da acentuação das sequelas pela posição instintual da tortura, como também a questão da ótica responsabilizadora e desumanizante da mente dos indivíduos que se disponibilizam a participar e efetuar a tortura em inocentes, não subestimando a discussão a respeito da invisibilização das vítimas que optam pelo suicídio, tal como o acobertamento de suas conquistas pelo preconceito, e a compreensão de como elas se levam a tão ato fatalístico. A partir das análises dessa visão interna do sentimento gerado pelo silenciamento a respeito das sequelas da tortura, percebe-se que eclipsar a visibilidade da questão, é adverso à constatação de que deve-se ser uma questão aberta a discussão em prol do acolhimento da ferida psíquica. A necessidade de desmascarar os tabus relacionados ao suicídio e às sequelas da tortura faz-se necessária para o reconhecimento e valorização da existência desse problema social. 
Palavras-chave: Tortura. Psicanálise. Ditadura Civil-Militar. Patologia. Tito. Suicídio.
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